COMO MELHORAR A QUALIDADE DE SUAS VÍDEO-AULAS E TUTORIAIS PARA INTERNET E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
https://soundcloud.com/denis-ciani/at-3-2-criacao-de-um-podcast-com-o-sound-cloud-denis-ciani-430285
Resumo: Nesta post optei por criar um podcast descrevendo os principais erros cometidos pelos autores de vídeo-aulas e tutoriais caseiros, com o intuído de auxiliar no desenvolvimento de materiais com melhor qualidade para serem compartilhados em sites como youtube e outros relacionados a Educação Musical a Distância.
Chega o momento em que você decide criar uma ou mais vídeo-aulas sobre os assuntos que domina e quer repassar esses conhecimentos. Mas ai surge a dúvida: Como obter a melhor qualidade sem investir muito dinheiro?
Na internet por exemplo, existem milhares de vídeo-aulas e tutoriais grátis com o objetivo principal de ensinar algo, transmitir determinada informação. Baseado nesse aspecto listei alguns erros que a maioria das pessoas cometem ao criar essas aulas, para que você entenda como é possível construir um excelente trabalho.
Inicialmente vamos começar entendendo o conceito e apresentar um breve histórico das vídeo-aula e tutoriais:
Vídeo Aula, como o próprio nome sugere é uma aula gravada e distribuída em forma de vídeo. Existem vídeo-aulas das mais diversas áreas, porém o conceito é amplamente utilizado na educação. Seu uso é mais popular no segmento musical, como aprender a tocar um instrumento ou operar equipamentos de áudio. Visam ilustrar, reforçar e complementar o conteúdo do curso. É um importante recurso didático que auxilia na fixação de conteúdos. A explosão da produção de videoaulas se deu durante a década de 1980, com a popularização dos vídeocassetes, através das fitas VHS. Na década de 1990, os DVDs passaram a substituir as fitas VHS e uma difusão ainda mais abrangente foi proporcionada através da internet.
Já Tutorial é também uma ferramenta de ensino/aprendizagem, podendo ser tanto um programa de computador quanto um texto, contendo ou não imagem, que auxilia o processo de aprendizagem exibindo passo a passo o funcionamento de algo. Normalmente um tutorial tem sua duração reduzida, diferentemente da vídeo-aula.
Basta fazer uma busca por tutoriais e aulas no youtube para perceber a quantidade de informação contida neste veículo. A facilitação do acesso à tecnologia trouxe muitos pontos positivos como a democratização do ensino, transmissão do saber, entre outros, como também trouxe a baixa qualidade da maioria dos materiais. E é nesse aspecto que iremos nos aprofundar. Na seqüência, listarei os principais erros que acontecem nos tutoriais e vídeo-aulas do Youtube e outros sites similares.
Iniciando com os problemas relacionados ao áudio:
1) BAIXA QUALIDADE DO ÁUDIO DE VOZ – Imagine que você está com dúvida em como melhorar a qualidade do áudio da sua voz. Você digita na busca do youtube: “como melhorar a qualidade do áudio de voz”. Aparecerão milhares de resultado. Você seleciona o primeiro e começa a assistir. Quando o “tutor” começa a falar, em 5 segundo você percebe que mal consegue entender o que a pessoa diz, pois o som dela está muito nazal ou telefone, ou com ruídos, ou mesmo com sons do ambiente como pássaros e crianças chorando, ou com volume muito baixo ou ainda tudo isso junto. O que você faz então: clica em outro vídeo. Não é possível que esse vídeo possa lhe auxiliar, correto?
2) EXCESSO DE AMBIENCIA NA VOZ: Agora imagine você assistindo um tutorial sobre efeitos na voz. Se o autor do vídeo exagerou na quantidade de efeitos como delay, reverb, phaser, ou mesmo um modulador, e acha isso normal, é um sinal para mudar de vídeo. Ou ainda há casos em que a pessoa resolve gravar o vídeo dentro do banheiro, todo azulejado e muito reflexivo e ainda “ensina” como você deve inserir efeitos na sua voz. Saiba que ele também não conhece muito sobre acústica e muito menos sobre os processadores de efeito. O ideal é um ambiente sem muitas reflexões, com acústica controlada. Podemos obter boas gravações próximo a sofás, camas, etc. Esses móveis são absorventes e controlam os excessos de reflexões.
3) VOLUME MUITO ALTO DA MÚSICA DE FUNDO: Usar uma música de fundo é muito legal, deixa o vídeo mais interessante e descontraído. Porém em alguns casos, o autor mantém o volume da música de fundo muito alta, prejudicando a qualidade e a inteligibilidade.
4) ERROS GRAMATICAIS, CONCORDÂNCIA E LINGUAGEM CHULA OU VULGAR: Não há nada mais irritante e desestimulante do que ouvir: “olá pessoal....nessa vídeo aula eu “vou estar” “estando” “estado” “estou” passando dicas de como melhorar o seu Português. Ou ainda, “ai galera, quem gostou do meu último tutorial dá um curtir! Quem não gostou quero que vá pra #$%amp;(**)(&¨*)(.”. Você não precisa ser chato, nem palhaço. Basta ser educado e sério sobre o seu conhecimento.
Sobre a qualidade de vídeo, é necessário considerar os seguintes erros:
1) VISUAL ADEQUADO: Refere-se a sua roupa e maquiagem. Não é indicado fazer um vídeo sobre educação usando apenas cuecas, a não ser que você deseja falar sobre a construção e materiais usados na mesma. Mesmo assim é bom ter cuidado.
2) QUALIDADE DA CÂMERA: Bons vídeos usam boas câmeras – Entenda bem, disse boas câmeras e não câmeras caras, embora muitas vezes os conceitos sejam entrelaçados. Use câmeras de preferência em HD ou Full HD.
3) POSICIONAMENTO DA CÂMERA: Não adianta pagar mil dólares em uma câmera se você não posicioná-la corretamente. O enquadramento de imagem é muito importante.
4) PLANO DE FUNDO: Se o local onde grava os vídeos não possui um visual legal, você pode usar o recurso do Chroma Key. Essa ferramenta faz a substituição do fundo por outro que desejar.
5) COMPUTADOR COM PROBLEMAS: Diversos “tutores” fazem vídeos usando a captura de tela do pc, porém no momento da gravação, o computador resolve dar problema, trava, abre programas indesejados, encontra vírus e por ai vai. Isso acontece com usuários de Windows, porém, é necessário ter cuidado nesse aspecto. Se isso acontecer, é melhor interroper a gravação e recomeçar quando os problemas forem solucionados.
6) FALTA DE CONHECIMENTO: O pior aspecto em um vídeo se refere ao fato do autor não conhecer o assunto em questão, ou em algumas vezes dizer: “desculpe pessoal, não entendo muito disso”.
7) VÍDEOS LONGOS DEMAIS: Na internet vídeos longos são descartados antes do ínicio de sua apresentação. Ficar se desculpando sobre o longo intervalo entre seu último vídeo e o novo por causa da sua operação de garganta com infecção do antebraço não é muito interessante. As pessoas que assistem querem dinamismo. Edição de imagem é tudo aqui.
8) FALTA DE ILUMINAÇÃO OU COR: É inaceitável vídeos com imagens com “ruídos”, sem cor, sem iluminação adequada, sem possibilidades de visualização. Locais muito iluminados, com a câmera mal posicionada de frente para o sol também são prejudiciais. Possibilitar a visualização do seu vídeo em diversas resoluções também é bastante positivo em sites como o youtube.
Como podemos perceber, a qualidade é elemento essencial se você deseja se destacar no mundo das vídeo-aulas e tutoriais. Perceba que soluções simples, que exigem apenas um cuidado maior com os detalhes, podem proporcionar melhores resultados sem investir muito dinheiro. Em um mundo de informação tão rápido como o nosso, não podemos deixar que a falta de qualidade comprometa nossa busca pela excelência na educação musical e/ou educação como um todo!! Boa sorte!!
Sites:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Videoaula
Referência:
GOHN, Daneil M. Tecnologias Digitais para Educação Musical. São Carlos: UFSCar, 2010. 63p. (Coleção UAB-UFSCar).
GOHN, Daneil M. Introdução à Tecnologia Musical. São Carlos: UFSCar, 2012. 61p. (Coleção UAB-UFSCar).
HENRIQUES, Fábio. Guia de Mixagem 1. Rio de Janeiro: Música e Tecnologia, 2007. 160p.
HENRIQUES, Fábio. Guia de Mixagem 2: Os instrumentos. Rio de Janeiro: Música e Tecnologia, 2008. 160p.
HENRIQUES, Fábio. Guia de Mixagem 3: mixando gravações ao vivo em 2.0 e surround 5.1. Rio de Janeiro: Música e Tecnologia, 2012. 156p.
KRÜGER, Susana Ester. Educação musical apoiada pelas novas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC): pesquisas, práticas e formação de docentes. Revista da Abem, número 14. Março de 2006. Disponível em <http://www.abemeducacaomusical.org.br/Masters/revista14/revista14_artigo8.pdf>, acesso em 07/09/2014.
Livro Eletrônico - Mídias e mais mídias. Optativa Tecnologia da internet para educação musical - G4 (EM). Disponível em <http://ead2.sead.ufscar.br/mod/book/tool/print/index.php?id=56536>, acesso em 7 setembro 2014.
Livro Eletrônico - Redes Sociais. Optativa Tecnologia da internet para educação musical - G4 (EM). Disponível em <http://ead2.sead.ufscar.br/mod/book/tool/print/index.php?id=56525>, acesso em 7 setembro 2014.
OTSUKA, J. et al. Educação a Distância: Formação do estudante virtual. São Carlos: UFSCar, 2011. 127p. (Coleção UAB-UFSCar).
SABOIA, Tom. Método de home studio – Acústica. Coleção Toque de mestre. HMP, v. 1, n. 2, 58 p.
VALLE, Sólon do. Manual Prático de Acústica. - 3.ed. – Rio de Janeiro: Música & Tecnologia, 2009. 355p.: il.;
Livro Eletrônico - Redes Sociais. Optativa Tecnologia da internet para educação musical - G4 (EM). Disponível em <http://ead2.sead.ufscar.br/mod/book/tool/print/index.php?id=56525>, acesso em 7 setembro 2014.
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